Isso parece óbvio quando a preocupação com a definição do termo tempo dentro da linguagem científica vai pra além dela e alcança espaços metafísicos. Espaços metafísicos?! Deixando de besteira, aqui vai um continho bobo escrito exclusivamente no sistema do blogger - não que isso seja bom, mas assim foi que eu fiz. Aí vai:
E deus brincou com um homem
Um belo dia Daniel estava indo pra escola. O dia não era necessariamente belo e nem a escola era necessariamente o objetivo dele. Bom, considere então um ser humano caminhando sobre uma cidade qualquer que exista na realidade plausível da ficção. Ruim, né? Então voltemos a Daniel e seu objetivo: a escola.
Daniel era um trabalhador comum, como esses que se vê na rua, pois falava de negócios, ria e via show de mulher nua, pra fazer uma média aê com a música brasileira. Não sei bem se ele falava de negócios, pois ele ia pra escola no começo do conto, e escola é um termo usado pra locais de ensino do Ensino Médio e pra baixo, portanto é provável que ele estivesse a caminho de um EJA ou supletivo de qualquer tipo e, preconceituosamente, eu digo que ele não *sabe* falar de negócios. Ou que ele fale, vá lá, então. Mas é, campeão, alguma coisa estranha demais vai acontecer com ele, já que o título do conto sugere algo estranho. Pra isso que eles servem, pra sugerir o conteúdo.
Depois dessa digressão sobre Daniel, que foi boa por motivar uma discussão sobre o ensino público, ele chegou na escola. E não era EJA, era escola técnica. Ela fazia curso técnico em Química, numa escola qualquer que tenha esse curso no ABC Paulista - isso me dá saudades de você, Thais!. Putz, inclusive coloquei "ela" ao invés de "ele"; releia e troque por "ele", por obséquio.
Justo nesse dia ele passou a tarde na casa de um amigo barbudo, que fazia o curso de Filosofia no Ceará, largou tudo e veio vender maconha aqui no Sudeste. E veio certo disso, nada de errar pelos centros toscos, pitorescos das grandes cidades do ABC, ele veio consciente do serviço que lhe aguardava. E Daniel achava interessante que ele já soubesse o que fazer, pois o pai de Daniel errou pelo Brás durante muito tempo, até por isso abriu um bar no mesmo estilo dos bares que fedem a Velho Barreiro de longe e que ficam no Brás.
O assunto do dia foi sexo grupal. Daniel e o barbudo discutiram sobre essas coisas, pois não havia entre eles pudor algum com relação as palavras. O único pudor é que Daniel nunca saberia seu verdadeiro nome.
Enfim. Daniel estava na aula, como sempre absorto no assunto em questão. Mas um cofrinho à sua frente chamou-lhe a atenção: era o cofrinho mais bonito que ele já tinha visto na vida. E de fato era uma menina... mentira! Era um homem. Isso deixou Daniel assustado: "como pode ser que um homem tenha um cofrinho tão bonito assim?!". A resposta eu deixo pra você pensar, lembrando que eu não disse nada sobre.
De repente as paredes começaram a ficar azuis, todas elas. Estranho ... Daniel nunca usou drogas, além de umas pingas de vez em quando, mas nada além disso. Como que essas trips viajadas, como aquele trem passando e levando todo mundo da sala pra além da lenda estava acontecendo com ele? Do mal...
Depois de alguns minutos assim, ele percebeu que estava no vazio, por incrível que pareça. Era o vazio. Simples assim. Bateu aquele desespero, aquele vazio cheio de tudo dentro do peito dele, uma vontade de gritar que chega foi irritante. Ele gritou. E gritou muito alto. Mas só ele ouviu. Muito triste a situação dele.
Como num passe de mágica, ele estava de volta no caminho para o curso (perceba que até o curso técnico é mais do que o ensino obrigatório: "ele vai ao curso", "ele vai à faculdade", "ele vai ao inglês"). Mas estava ofegante. Pensou que a fumaça do Barbudo o fizera ver essas coisas. Mas como, se nunca aconteceu antes? Assim que o pensamento terminou, passou uma pessoa andando sobre o nariz.
Caceteee ... como assim, pessoa andando sobre o nariz?! É, ele se convenceu de que a fumaça o afetara, pela primeira vez. Percebeu que também ele andava sobre o próprio nariz. Quiz surtar, mas seu espírito confuso disse: "foda-se, você está atrasado. Corre!". E ele correu. Achou graça naquilo, pois o nariz coçava a cada passo dado. E todos que passavam por ele, andavam sobre o nariz.
Enquanto corria, sentiu um cansaço enorme e mais um vez estava no vazio. Mas não era o completo vazio, pois havia um vento junto dele. E uma gargalhada de fundo. Ele resiprou fundo e gritou, pensando que isso o levaria de volta, pois estava acostumado com video games em que uma causa leva sempre ao mesmo efeito, pelo menos nos mais antigos. Mas ele continuou nesse lugar. E agora rolava uns fractais de fundo, estilo programa com fundo azul na MTV.
Ele se sentou e se espantou por sentar no nada. Depois achou engraçado. Ele estava normal. Ou melhor, ele não tinha como saber, pois não se via, de maneira alguma. Só podia sentir as coisas, como se o corpo existisse mas fosse invisível.
A gargalhada aumentou e, num sussurro, disse: "você foi mais forte do que eu pensei".
Depois disso, Daniel voltou para o caminho da escola. Ele verifcou se estava tudo em ordem. E estava. As pessoas também. Mas as pessoas estavam vestidas de maneira estranha, como se fosse há algumas décadas. Ele virou uma esquina, a da rua da escola, e se assustou: a escola não estava ali. "Puta que o pariu, como assim?", ele gritou. Um guarda de rua veio em sua direção e disse que ele seria multado por gritar em público, e disse que ele deveria fazer como os outros, e ir assistir ao pronunciamento de Lenin no grande telão.
Daniel ficou gelado. Quando o policial pediu seu cartão de identificação norte-americano (o que seria isso?!), ele desmaiou. Melhor pra ele, pois o policial o surrou até a morte. Claro que ele não morreu de fato, pois a coisa estranha já estava acontecendo com ele, e mais uma vez ele estava no vazio.
E dessa vez uma estrela muito brilhante, com voz de atriz pornô (gemia igual, uma coisa muito contraditória, se pensarmos que as estrelas normalmente são "fadas" ou afins, e que se assemelham a figuras angelicais), dizia a ele que ele era o escolhido. Um calor intenso o tomou e, mais uma vez lá estava ele no caminho do curso.
Dessa vez ele parou, sentou, respirou fundo e abriu os olhos: tudo normal. Carros de sua época, pessoas andando normalmente, sem guardas de rua como na última vez. Ele esatava todo cagado, o que o levou a concluir: "cazzo!, o Barbudo me deu alguma coisa muito ruim. Me fez mal. Vou voltar pra lá e ver se me lavo". Mas não conseguiu. Ao se levantar, percebeu que não podia andar direito. Percebeu também que a merda era muito nova e liquida, e que não estava ali no exato momento em que voltou à suposta realidade. Lembrou da estrela-pornô "és o escolhidooo, aaaaiinnhhee... ui... issso!". E tudo ficou claro, como nunca havia ficado antes: a gravidade aumentou na Terra, enquanto ele esteve fora. Começou mesmo a achar que tudo aquilo era mais real do que antes, e, com muito esforço, chegou a uma banca de jornal. Ao ver a data, que esperava ser outra muito distante da dele, era a mesma. O relógio marcava exatamente o horário de entrar na aula.
Ele tentava enteder o ocorrido, já mais acostumado a fazer tanto esforço pra andar. Chegou na casa do Barbudo, e o local estava lacrado, parecia abandonado há muitos anos. Burlou o lacre, entrou, catou o que achou de roupas, se lavou e se trocou. A água saia quente do cano. Resolveu passar alguns dias ali, se acostumando com a nova realidade. E quem disse que era nova?
Depois de trocado, foi pra rua e perguntou pra uma outra pessoa se era difícil de andar. Ela respondeu que as pessoas já nascem sabendo andar, por que seria estranho? Estranho era pra ele uma coisa dessas. Ao interagir com outras pessoas, percebeu que todas tinham a mesma voz, inclusive ele.
Resolveu voltar pra casa, já fazia alguns dias que não comia. Quando chegou em casa, seu pai, que era o Barbudo, disse que ele seria julgado por ter sumido por alguns dias. Julgado?! "Mas pai, como assim?! Eu me sinto muito mal, muitas coisas estranhas aconteceram comigo, eu preciso do seu apoio...", "Chega! Eu adianto seu julgamento pra agora. Mulher, venha julgar comigo nosso filho.".
Daniel foi sentenciado por seus pais a viver dentro de uma bolha de vidro. E assim ele viveu para sempre, sem enteder o que lhe acontecera. E viveu para sempre mesmo.
-----> Fim do Conto <----- Questões:
A questão com destaque é: sendo o poder de deus ilimitado, por que ele simplesmente não recria a realidade de uma forma mais agradável a todos, de forma a ficar claro se ele existe ou não?
Questões secundárias: por que devemos sofrer por um pecado que não foi nosso? Como eu vou saber que o homem primordial era livre dos sentimentos que eu tenho?
Dar poder ilimitado a deus é criar um sistema filosófico auto suficiente. Nada o derruba, já que o que ele define tudo. TUDO.
Um grande abraço a todos!
Daniel era um trabalhador comum, como esses que se vê na rua, pois falava de negócios, ria e via show de mulher nua, pra fazer uma média aê com a música brasileira. Não sei bem se ele falava de negócios, pois ele ia pra escola no começo do conto, e escola é um termo usado pra locais de ensino do Ensino Médio e pra baixo, portanto é provável que ele estivesse a caminho de um EJA ou supletivo de qualquer tipo e, preconceituosamente, eu digo que ele não *sabe* falar de negócios. Ou que ele fale, vá lá, então. Mas é, campeão, alguma coisa estranha demais vai acontecer com ele, já que o título do conto sugere algo estranho. Pra isso que eles servem, pra sugerir o conteúdo.
Depois dessa digressão sobre Daniel, que foi boa por motivar uma discussão sobre o ensino público, ele chegou na escola. E não era EJA, era escola técnica. Ela fazia curso técnico em Química, numa escola qualquer que tenha esse curso no ABC Paulista - isso me dá saudades de você, Thais!. Putz, inclusive coloquei "ela" ao invés de "ele"; releia e troque por "ele", por obséquio.
Justo nesse dia ele passou a tarde na casa de um amigo barbudo, que fazia o curso de Filosofia no Ceará, largou tudo e veio vender maconha aqui no Sudeste. E veio certo disso, nada de errar pelos centros toscos, pitorescos das grandes cidades do ABC, ele veio consciente do serviço que lhe aguardava. E Daniel achava interessante que ele já soubesse o que fazer, pois o pai de Daniel errou pelo Brás durante muito tempo, até por isso abriu um bar no mesmo estilo dos bares que fedem a Velho Barreiro de longe e que ficam no Brás.
O assunto do dia foi sexo grupal. Daniel e o barbudo discutiram sobre essas coisas, pois não havia entre eles pudor algum com relação as palavras. O único pudor é que Daniel nunca saberia seu verdadeiro nome.
Enfim. Daniel estava na aula, como sempre absorto no assunto em questão. Mas um cofrinho à sua frente chamou-lhe a atenção: era o cofrinho mais bonito que ele já tinha visto na vida. E de fato era uma menina... mentira! Era um homem. Isso deixou Daniel assustado: "como pode ser que um homem tenha um cofrinho tão bonito assim?!". A resposta eu deixo pra você pensar, lembrando que eu não disse nada sobre.
De repente as paredes começaram a ficar azuis, todas elas. Estranho ... Daniel nunca usou drogas, além de umas pingas de vez em quando, mas nada além disso. Como que essas trips viajadas, como aquele trem passando e levando todo mundo da sala pra além da lenda estava acontecendo com ele? Do mal...
Depois de alguns minutos assim, ele percebeu que estava no vazio, por incrível que pareça. Era o vazio. Simples assim. Bateu aquele desespero, aquele vazio cheio de tudo dentro do peito dele, uma vontade de gritar que chega foi irritante. Ele gritou. E gritou muito alto. Mas só ele ouviu. Muito triste a situação dele.
Como num passe de mágica, ele estava de volta no caminho para o curso (perceba que até o curso técnico é mais do que o ensino obrigatório: "ele vai ao curso", "ele vai à faculdade", "ele vai ao inglês"). Mas estava ofegante. Pensou que a fumaça do Barbudo o fizera ver essas coisas. Mas como, se nunca aconteceu antes? Assim que o pensamento terminou, passou uma pessoa andando sobre o nariz.
Caceteee ... como assim, pessoa andando sobre o nariz?! É, ele se convenceu de que a fumaça o afetara, pela primeira vez. Percebeu que também ele andava sobre o próprio nariz. Quiz surtar, mas seu espírito confuso disse: "foda-se, você está atrasado. Corre!". E ele correu. Achou graça naquilo, pois o nariz coçava a cada passo dado. E todos que passavam por ele, andavam sobre o nariz.
Enquanto corria, sentiu um cansaço enorme e mais um vez estava no vazio. Mas não era o completo vazio, pois havia um vento junto dele. E uma gargalhada de fundo. Ele resiprou fundo e gritou, pensando que isso o levaria de volta, pois estava acostumado com video games em que uma causa leva sempre ao mesmo efeito, pelo menos nos mais antigos. Mas ele continuou nesse lugar. E agora rolava uns fractais de fundo, estilo programa com fundo azul na MTV.
Ele se sentou e se espantou por sentar no nada. Depois achou engraçado. Ele estava normal. Ou melhor, ele não tinha como saber, pois não se via, de maneira alguma. Só podia sentir as coisas, como se o corpo existisse mas fosse invisível.
A gargalhada aumentou e, num sussurro, disse: "você foi mais forte do que eu pensei".
Depois disso, Daniel voltou para o caminho da escola. Ele verifcou se estava tudo em ordem. E estava. As pessoas também. Mas as pessoas estavam vestidas de maneira estranha, como se fosse há algumas décadas. Ele virou uma esquina, a da rua da escola, e se assustou: a escola não estava ali. "Puta que o pariu, como assim?", ele gritou. Um guarda de rua veio em sua direção e disse que ele seria multado por gritar em público, e disse que ele deveria fazer como os outros, e ir assistir ao pronunciamento de Lenin no grande telão.
Daniel ficou gelado. Quando o policial pediu seu cartão de identificação norte-americano (o que seria isso?!), ele desmaiou. Melhor pra ele, pois o policial o surrou até a morte. Claro que ele não morreu de fato, pois a coisa estranha já estava acontecendo com ele, e mais uma vez ele estava no vazio.
E dessa vez uma estrela muito brilhante, com voz de atriz pornô (gemia igual, uma coisa muito contraditória, se pensarmos que as estrelas normalmente são "fadas" ou afins, e que se assemelham a figuras angelicais), dizia a ele que ele era o escolhido. Um calor intenso o tomou e, mais uma vez lá estava ele no caminho do curso.
Dessa vez ele parou, sentou, respirou fundo e abriu os olhos: tudo normal. Carros de sua época, pessoas andando normalmente, sem guardas de rua como na última vez. Ele esatava todo cagado, o que o levou a concluir: "cazzo!, o Barbudo me deu alguma coisa muito ruim. Me fez mal. Vou voltar pra lá e ver se me lavo". Mas não conseguiu. Ao se levantar, percebeu que não podia andar direito. Percebeu também que a merda era muito nova e liquida, e que não estava ali no exato momento em que voltou à suposta realidade. Lembrou da estrela-pornô "és o escolhidooo, aaaaiinnhhee... ui... issso!". E tudo ficou claro, como nunca havia ficado antes: a gravidade aumentou na Terra, enquanto ele esteve fora. Começou mesmo a achar que tudo aquilo era mais real do que antes, e, com muito esforço, chegou a uma banca de jornal. Ao ver a data, que esperava ser outra muito distante da dele, era a mesma. O relógio marcava exatamente o horário de entrar na aula.
Ele tentava enteder o ocorrido, já mais acostumado a fazer tanto esforço pra andar. Chegou na casa do Barbudo, e o local estava lacrado, parecia abandonado há muitos anos. Burlou o lacre, entrou, catou o que achou de roupas, se lavou e se trocou. A água saia quente do cano. Resolveu passar alguns dias ali, se acostumando com a nova realidade. E quem disse que era nova?
Depois de trocado, foi pra rua e perguntou pra uma outra pessoa se era difícil de andar. Ela respondeu que as pessoas já nascem sabendo andar, por que seria estranho? Estranho era pra ele uma coisa dessas. Ao interagir com outras pessoas, percebeu que todas tinham a mesma voz, inclusive ele.
Resolveu voltar pra casa, já fazia alguns dias que não comia. Quando chegou em casa, seu pai, que era o Barbudo, disse que ele seria julgado por ter sumido por alguns dias. Julgado?! "Mas pai, como assim?! Eu me sinto muito mal, muitas coisas estranhas aconteceram comigo, eu preciso do seu apoio...", "Chega! Eu adianto seu julgamento pra agora. Mulher, venha julgar comigo nosso filho.".
Daniel foi sentenciado por seus pais a viver dentro de uma bolha de vidro. E assim ele viveu para sempre, sem enteder o que lhe acontecera. E viveu para sempre mesmo.
-----> Fim do Conto <----- Questões:
- deus é alucinação?
- a realidade é alucinação?
- as drogas ibertam a mente?
- de fato deus tem poderes infinitos?
- quão prolixo eu posso ser?
A questão com destaque é: sendo o poder de deus ilimitado, por que ele simplesmente não recria a realidade de uma forma mais agradável a todos, de forma a ficar claro se ele existe ou não?
Questões secundárias: por que devemos sofrer por um pecado que não foi nosso? Como eu vou saber que o homem primordial era livre dos sentimentos que eu tenho?
Dar poder ilimitado a deus é criar um sistema filosófico auto suficiente. Nada o derruba, já que o que ele define tudo. TUDO.
Um grande abraço a todos!
Um comentário:
Quão prolixo mesmo...hihihi
Beijos
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