Nosso cuspe e o nosso desprezo!"
- Vitor Ramil, Joquim
Por esses dias atrás, estive conversando com uma galera da biologia lá da faculdade, que fazem parte da nova gestão do DAAM - meu Diretório Acadêmico. Um ponto alto do papo foi sobre o buraco que a exatidão científica traz à sociedade e até mesmo aos cientistas. Será mesmo que falta mais subjetividade na física, por exemplo?
Acho que muitos avanços dão-se justamente pela falta de subjetivismo em alguns kamaradas, que simplesmente sentem o gozo da vida ao resolver uma equação diferencial no conjunto dos números complexos. Isso é absurdo para a maioria das pessoas, mas eu sou um pouco assim. E só não sou mais ainda pelo lado "humano" encrustrado sobre minha alma pela minha mãe. Adoro passar o dia em frente ao computador, aos livros de informática, física e matemática.
A subjetividade traz grandes impasses filosóficos. Todos vivem isso, mas os kamaradas sabem muito bem que não existe isso na ciência, ou eles mesmos padronizaram isso, já que um impasse filosófico pode doer tanto na alma a ponto de não se fazer o que se pretende. A ciência, e sua subalterna - a tecnologia, são ferramentas para "melhorar" a vida humana. Mas como qualquer ferramenta, depende do que você faz com ela pra ela ser uma bênção ou uma maldição. Com a técnica exata, eu posso degolar alguém com, vejam só, uma folha de papel!!! Mas algo que é usado, inclusive, para escrever a Bíblia!?!?!? Pois é:
Natur
Technik
Man
Nature
Technology
Homem
Natureza
Técnica
O homem, através do que sente da natureza, cria técnicas que modificam a natureza, tornando-a propícia a maior bem-estar (principalmente com relação ao trabalho) e, com novas técnicas e a natureza modificada, cria mais técnicas... assim sucessivamente.
Educar todos de maneira igualitária, ter distribuição de renda perfeita, parecem coisas impossíveis. Convencer um presbiteriano de que ele pode abrir mão do lucro, convencer um ser humano em condições e padrões altos de vida parecem coisas impossíveis. E realmente são, ao meu ver. O que fazemos é lutar, pois lutar não é impossível, é isso que Deus deixa claro: lutar é preciso, ter a consciência tranqüila de que foi tudo feito certo, da sua parte. Ninguém muda ninguém, mas dá-se exemplos e conselhos através dos seus atos.
"The young man stepped into the hall of mirrors
Where he discovered a reflection of himself
Even the greatest stars discover themselves in the lookingglass
Even the greatest stars discover themselves in the lookingglass
Sometimes he saw his real face
And sometimes a stranger at his place
Even the greatest stars find their face in the looking glass
Even the greatest stars find their face in the looking glass
He fell in love with the image of himself
and suddenly the picture was distorted
Even the greatest stars dislike themselves in the looking glass
Even the greatest stars dislike themselves in the looking glass
He made up the person he wanted to be
And changed into a new personality
Even the greatest stars change themselves in the looking glass
Even the greatest stars change themselves in the looking glass
The artist is living in the mirror
With the echoes of himself
Even the greatest stars live their lives in the looking glass
Even the greatest stars live their lives in the looking glass
Even the greatest stars fix their face in the looking glass
Even the greatest stars fix their face in the looking glass
Even the greatest stars live their lives in the looking glass
Even the greatest stars live their lives in the looking glass"
- Kraftwerk, The Hall of Mirrors
Um comentário:
Referente ao seu comentário...bem, o post "original" era bem maior e mais objetivo, mas achei interessante deixar mais subjetivo, até por uma questão de "ética". E é sobre uma existência física que eu falei. Você já deve saber quem. Mas enfim...
Subjetivismo é uma coisa boa e ruim. Te livra de desgasto intelectual (é ótimo mandar tudo à merda), mas te prende no subjetivismo propriamente dito, aonde nada é certo, aonde declina-se e e passa-se o "make up" sempre, e isso é constante e criativo. Há fuga, novas saídas, e coisas mais que não deixam de ser engraçadas, preocupantes e (ir)relevantes (?).
Em alguns momentos eu até gostaria que tudo fosse subjetivo, que não houvesse explicação nenhuma pra tudo, mas...como ignorar a existência da água (não pensei em outro exemplo melhor! É o sono), quando o gosto (sim, eu acredito que a água tem gosto!) e a necessidade dela é constante ao meu corpo?
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