segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Mais um dia daqueles

Viuvinha (cantiga de roda)

As pessoas perguntam à viúva.

Você senhora viúva,
Diga com quem quer casar:
Se é com o filho do conde,
Se é com o Sr. General.

A viúva, um tanto triste, responde.

Eu não quero estes homens
Porque não pertencem a mim.
Eu sou uma pobre viúva
Ninguém tem pena de mim.

Um pouco mais alegre, a viúva resume sua própria história, deixando as pessoas a par do que ela quer. A viúva parece ter uma certa mágoa com a sociedade, com as situações que viu e viveu, pois rejeitou os dois e provavelmente mais homens que poderiam lhe colocar em boa posição, como elite. Preferiu a liberdade da sua escolha, mesmo percebendo que sua escolha era um caminho difícil.

Sou uma viuvinha que veio de Belém,
Eu quero me casar mas não acho com quem.
Sou uma viuvinha que veio de Belém,
Eu quero me casar mas não acho com quem.

Daquela multidão, de certa maneira desolada pela insistência da viuvinha em não querer casar com o status, pela inconveniência dos fatos, daquela multidão surge um violeiro, um bardo, um homem cujas idéias são motivo de riso para o povo daquela região, e surpreende a viuvinha.

Então casa comigo que eu lhe quero bem.
Então casa comigo que eu lhe quero bem.

E termina assim a história, sem saber se ela se casou ou não.

Eu acho que sim, ela queria uma aventura na vida dela. Mas ela era muito dessas que vivem reclamando, achando defeito; e o violeiro era uma pessoa muito sagaz, cheia de suas loucuras: de repente, ajuntava as coisas e viajava. Se ela não o acompanhasse, ficava pra trás! Uma vez ela ficou pra trás, quase se cosiderou viúva de novo. Entristeceu-se. Mas ele voltou, barba cheia, olhos fitando mais fundo. Ela indagou: "onde fostes?", ele não disse, mas a beijou como nunca tinha beijado. Mas, como eu disse, ela era de por defeito em tudo, então não gostou disso, não se deixou sentir a felicidade que o momento lhe trazia. Retraiu-se em sua idiotice. O bardo lhe disse: "eu conheço essa cara; sua vida cheira a desgosto. Você é livre, 'Eu lhe quero bem', portanto, vá embora se assim lhe aprouver.". E a viuvinha foi embora (acho que ela lembrou do que a magoara no casamento anterior). Talvez tenhoa virado a loira do banheiro, o boitatá, sei lá. Mas ele casou de novo, teve filhos e pelo menos três dos 5 viraram violeiros errantes. Não sei se ele foi feliz, nem ela.

E eu aqui, que perdi de novo a aula de Cálculo 2. Dormi tão bem que levantei, desliguei o relógio extremamente consciente de que estaria na aula em uma hora, e voltei a dormir. Coisas que só uma mente bizonha faz por você.

Pra terminar:

Nesta Rua

Nesta rua, nesta rua, tem um bosque
Que se chama, que se chama, Solidão
Dentro dele, dentro dele mora um anjo
Que roubou, que roubou meu coração

Se eu roubei, se eu roubei seu coração
É porque tu roubastes o meu também
Se eu roubei, se eu roubei teu coração
É porque eu te quero tanto bem

Se esta rua se esta rua fosse minha
Eu mandava, eu mandava ladrilhar
Com pedrinhas, com pedrinhas de brilhante
Para o meu, para o meu amor passar



Um comentário:

Mary disse...

Ki lindinhu!!!!

Eu acho que a viuvinha não se desenviuvou porque ter um homem só pra gente é responsa demais.

Mas ela deve ser gostosa né? pra conseguir um post desse tamanho. No mínimo ela é gostosona mas não deu pra ninguém, pode crê.